Mostrar mensagens com a etiqueta portugal. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta portugal. Mostrar todas as mensagens

8.4.19

E mergulhávamos naquele azul profundo






.




A magia aparece sempre na mudança, entre uma coisa e outra. No efémero, no que dura pouco.
No momento em que o verde se torna azul.

À medida que as águas escureciam, quando os pássaros deixavam de cantar, tudo se envolvia numa aura de mistério e introspecção. Sentíamo-nos pequenos, alerta, indefesos. Atentos a tudo. Lentamente íamo-nos voltando cada vez mais para dentro. Como tudo à nossa volta.


E mergulhávamos naquele azul profundo.


fotos de meiomaio


pelas margens do rio Lima e do Rio Vez, Minho, Portugal

26.12.18

primavera do inverno





.



ar frio e sol quente
o granito e a água

a vida e a morte.


fotos de meiomaio


Porto, Portugal

12.4.18

ainda que só dure uns dias

Magnólias. Até o nome é exuberância.
Quando ainda nada teve coragem de brotar, elas explodem, orgulhosas e seguras de si, com uma força de mulher adulta que já não perde tempo com vergonhas e recatos.
Bem longe da inocência das primeiras flores de amendoeira, toda aquela maturidade surge ainda em dias gelados de inverno.
E, ignorando tudo o que as rodeia, celebram com todo o esplendor a sua Primavera.







fotos de meiomaio


Ainda que só dure uns dias.

Porto, Portugal (em dias de Inverno)

27.6.16

tão nosso

Às vezes é preciso sair para ver realmente o que somos. Ou poder ver o melhor de nós (o tal “ver de fora”). Depois de viver noutro país, que apesar de tudo não é assim tão diferente, durante quase cinco anos; depois de viajar por vários países do Sul da Europa, entendem-se as parecenças, mas ainda mais as diferenças que nos tornam únicos. Talvez nas subtilezas esteja a verdadeira identidade dos sítios. Aquelas que não se vêm quando se passa, aquelas que se sentem quando se vive.

E num voltar a olhar o nosso país com o fascínio de quem (re)descobre algo, sinto sem dúvida que uma das melhores coisas que temos é a nossa autenticidade. Mesmo em plena cidade, a aldeia, o nosso lado mais simples e humilde está sempre ali. Sim, as cores estridentes, o popularucho, o cheiro a sardinhas, as bandeiras, os tascos, o futebol (na televisão e o que os putos jogam nas praças), os bailaricos, o falar alto, a brutalidade (tão mais pura que tanta falsa simpatia), a broa, o caldo-verde (sempre numa malga de barro), a roupa estendida cá fora, os manjericos, a gente de bairro. Todas estas coisas que apesar de tanto gourmet, sunset, hostel, experience, ainda se mantêm (e por favor, que não se percam).
E nestes dias, nas ruas, tudo isto estava mais presente que nunca.










.


Depois, é ao juntar todo este ambiente com a nosso lado de profundidade e melancolia (aquela luz ao final da tarde, os miradouros, o fado, a decadência, a poesia) que se cria aquela maravilhosa dualidade que é, sem dúvida, o melhor de nós.
Que se mantenha.


fotos de meiomaio


.
Porto, Portugal
uns dias antes do São João

29.3.16

o destino

Tinha de ser. Há coisas e certezas que chegam tão depressa e de uma forma tão forte que quase parece estranho. E não, não existe nenhuma razão concreta (ou racional) para este ser o destino. Existem razões do coração. E essas são (e têm de ser) sempre as mais fortes. Afinal, essas são as verdadeiras. E era claro, tão claro, como naquele momento em que apanhei aquele avião de volta a Barcelona e o vento húmido desta cidade me dizia “Fica aqui. Não te vas embora”.
Depois havia o “até já” da Sofia, as pessoas maravilhosas que ficaram e estavam mais presentes que nunca, o final de ciclo de Barcelona que era evidente desde que cheguei em Outubro. A necessidade de uma base entre viagens para poder criar.
Voltei, numa viagem fantasma, para sentir de novo o que me dizia aquele ar atlântico. E foi só a confirmação do que já sabia.













.
Eu sei, é cinzenta. Sim, é fria e húmida, e chove. É sombria. É velha, e uma ar de decadência invade todas aquelas ruas. Mas há também aquela luz difusa, aquelas texturas que só o tempo nos oferece, a névoa, a profundidade, a melancolia. Uma beleza que quase dói, que remói. Que nos deixa naquele estado introspectivo tão necessário à criação artística. E as curvas. Todas aquelas curvas que desenham os contornos desta cidade.
Não sei se era disso ou das magnólias que floriam as ruas, ou daqueles tons rosados de final de tarde, ou daquele luar de Janeiro, ou da tua companhia. Mas as paixões e as intuições não se explicam. Só têm que ser sentidas, escutadas e seguidas.

Porto, Portugal

20.1.14

ainda daquela luz



fotos de meiomaio


Em ruelas bonitas ao longo das colinas.
_

Todavía aquella luz.
En callejuelas bonitas a lo largo de las colinas de Lisboa.

14.1.14

da luz de Lisboa






fotos de meiomaio


Apesar da luz ter faltado bastante nos dias passados em Portugal, em Lisboa esta mostrou-se em todo o seu esplendor num final de tarde frio à beira Tejo.
_

A pesar de la falta de luz en los días pasados en Portugal, en un final de tarde frío al lado del Tajo la luz de Lisboa se reveló en todo su esplendor.

5.9.13

sobre a falésia

Ainda destas férias. Caminhos a Sudoeste.
_

Todavía de estas vacaciones. Caminos sobre los acantilados en el sudoeste.
















fotos de meiomaio