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26.10.20

en la ciudad de la eterna primavera

En la ciudad de la eterna primavera todo grita de una forma atroz.
En la ciudad de las flores los cadáveres humanos aparecen tumbados por las aceras, y la gente simplemente los contorna como si fueran ellos una planta que nació allí.
En la ciudad de la eterna primavera el clima es más pesado que nunca y en nada tiene que ver con la temperatura del aire.
En la ciudad de las flores las chicas indígenas están sentadas en las aceras con vestidos de colores y la mirada de un gris vacío, y venden collares de cuentas de todos los colores mientras cargan a sus hijos sucios del negro ciudad. O bailan musicas alegres con una tristeza en el alma de quien ya no tiene nada, de cuando, arrancadas de su propia tierra, ya todo perdió el sentido.
En la ciudad de la eterna primavera todo es ruido, todo es estímulo, todo es contaminación y tensión y la decadencia humana aparece sin vergüenzas por todos lados. Y la memoria. La memoria pesa.
En la ciudad de las flores no hay horizonte.
Y los pájaros son esculturas de bronze rotas. Por quince quilos de dinamita.



fotos de meiomaio




Medellín, Colombia

5.6.20

nos mercados






fotos de meiomaio



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As cores. Das frutas, muitas desconhecidas para nós. Dos letreiros, das paredes, dos sumos, dos pratos, das músicas alegres.

Os cheiros. Aqueles quentes e húmidos que vinham das panelas que cozinhavam desde bem cedo. De carne crua, de peixe, os pesados das frituras e os frescos das frutas. E aqueles verdes, que vinham das bancas das ervas medicinais.

Os sabores. O sabor fresco doce das frutas, o sabor quente e massudo do platano verde e o sabor fresco e salgado do peixe e marisco, regado num caldo de tomate, yuca e cebola e polvilhado com a magia fresca e aromática dos coentros, tudo isto num prato de encebollado de pescado e gambas, às nove da manhã.

Quito e Baños de Agua Santa, Ecuador e Cali, Colombia

22.11.18

de um passado que já não existe

Enquanto caminhava pelas ruas ensopadas (tal como o meu corpo) sentia-me assustada pelo peso que toda a cidade exercia sobre mim. Havia em tudo uma complexidade retorcida. Seria da cidade ou de todas as recordações que me trazia?
O chão brilhava encharcado e um cheiro a metálico pegava-se a tudo. Tudo era metal naquele momento. Duro, complexo, brilhante, frio e impenetrável. Era um misto do medo de chegar, da dimensão da cidade e dos solavancos do avião que ainda ecoavam na minha cabeça.





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"Há memórias por todos os lados. Nas paredes, nos muros, nos bancos, nas árvores. Tudo me recorda histórias, me faz reviver momentos de um passado que já não existe. E o que fica é só isso. As histórias que se escrevem na nossa mente. São muitas. Talvez daí o peso.
E chove, com uma intensidade como só acontece por aqui. E o céu começa a rugir. Mas nem tudo isso consegue lavar as memórias. Elas ficam, desgastadas pelo tempo como as marcas daquele coração pintado em momentos de inocência primaveril que quase roçava a loucura (e foram tantos os momentos de infância tardia vivida debaixo daquelas árvores).
Mas há nestas memórias uma solidão que quase ensurdece de tão estrondosa que é. Todas as almas só estão nas memórias da minha. De resto são lugares despidos de gente. E são as imagens do que permanece que desenham na minha mente a alma do que já se foi e quase posso voltar a sentir as emoções. Mas no fundo são só as formas inanimadas que serviram de fundo a tantas histórias. Essas ficaram naquele momento e o resto são só lembranças. Talvez seja esse o peso.
E do céu ecoam estrondos de raiva e cai tanta água, tanta. Será para limpar tudo o que ficou em mim?"





fotos de meiomaio


Barcelona, Catalunha, Espanha

16.1.18

en un cálido atardecer

Me acuerdo de despedirme de ti en un cálido atardecer.

Ciudad de las calles viejas y coloridas que suben y bajan como un laberinto de colores y poesía, de los perros abandonados que duermen cerca de la gente buscando un poco de cariño, del puerto industrial de donde salen ruídos metálicos y que sólo se ve (y se escucha) desde los miradores. Del caos de las calles de abajo con toda la gente vendiendo todo el tipo de cositas más o menos inútiles en un trapo en el suelo. De la comida humilde, de verdad (casi siempre con palta). De los rincones de las calles, negros de la suciedad de todo lo que pasa en ellas. Del mar siempre al fondo. De los gatos. Del canto ansioso de la gaviotas.


Bohemia, decadente, marítima y envejecida.
Y encantadora.   .











fotos de meiomaio


Valparaíso, Chile

9.1.18

Valparaíso

Talvez um dos nomes mais bonitos de cidade que alguma vez ouvi. Só por isso tinha de valer a pena. E por estar ao lado do mar.
Por isso fui sem duvidar. Iam ser três semanas (o único tempo definido daquela viagem). E foram dias de muita cor. De muita introspecção sob o canto das gaivotas. E de tantas mensagens escritas pelas paredes. (que me iam dizendo tanto)
















fotos de meiomaio


Valparaíso, Chile

24.4.17

hasta pronto Buenos Aires

No dia anterior à partida senti a cidade em todo o corpo. E principalmente nos pés. Com o passar das horas cada vez sentia mais neles as distâncias. O tamanho brutal da cidade. E ao final do dia, ao chegar a casa, nova tempestade. Uma chuva forte inundou as ruas os meus pés cansados caminharam pela água que corria pelas estradas, pelos passeios. E toda aquela cidade me inundou no dia em que me despedia dela.

E sim, aquela é uma diva apaixonante, que mostra todos os seus encantos até estares totalmente rendido. Mas não se apaixona por ti. Como diva que é foi feita para ser admirada, idolatrada, para receber amor, não para dar. Anda demasiado ocupada a espalhar o seu charme por todos os seus pretendentes. E porque são demasiados os que a querem tudo se torna tão impessoal.
Talvez seja dessas cidades que sempre a vejas assim, da plateia, e ela lá do alto actua para ti (ainda que seja num velho teatro em decadência). Mas nunca dançarás o tango com ela. Sabes que não poderias, e resignas-te à tua posição de admirador.
E não importa se te vais. És só mais um, no meio de tantos milhões. E ela continuará, divina e segura de si, lá do alto do seu pedestal.
Naquele dia deixava-te, sem saber se voltaria a sentir esse teu charme e encanto. Mas sempre te recordarei com a paixão que me despertaste desde o momento em que te vi surgir das águas do Río de la Plata.






fotos de meiomaio


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Retiro, Buenos Aires, Argentina

7.4.17

en blanco y negro







fotos de meiomaio




Montserrat, Buenos Aires, Argentina